sábado, 21 de novembro de 2015

Tempo de alma

Ai! O nosso tempo esfuma-se nesta distância fria
E eu vou morrendo triste, em desalento,
restos mortais de uma flor que em melancolia
se desfaz no ar ao sabor do tempo.

Que romântico delirío, que desengano
quereres segurar o tempo, que sonho vão
quando se podem contar os dias num ano
em que eu sinto a tua mão na minha mão.

Um dia estarei velha desfiando o novelo
Do tempo que passou e não atendeu ao meu apelo.
Velhinha, sentada na porta olhando o horizonte distante,

Tentando ver-te a ti, também já velhinho, pois...
Ou será que o tempo dará tempo a nós dois
De vivermos, ainda jovens, este amor por um instante?

Fernanda R. Mesquita










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